O dia da mãe das mães |
Mãe
de todos nós, Maria é um exemplo particular para as mulheres, chamadas
pela própria natureza e escolhidas por Deus para a missão da
maternidade. A jovem de Nazaré, ainda virgem, carregará em seu ventre o
Filho de Deus, irá gestá-Lo de forma humana e, assim, verá acontecer em
seu próprio corpo o milagre da geração da vida. Pela essência divina
de Seu Filho, Maria faz de seu útero o primeiro sacrário da humanidade.
O que essa mulher teria, então, a dizer hoje para todas as mulheres e
mães de nosso tempo?
O mistério da concepção da vida e de sua gestação no
ventre de uma mulher é uma experiência única e indizível. As
transformações físicas e emocionais pelas quais a mulher passa durante
uma gravidez são, porém, constituintes de sua natureza feminina e só a
fortalecem como nenhuma outra experiência é capaz de fazê-lo. Por sua
gestação, a jovem Maria tornou-se mulher. Sedimentou em seu coração os
sentimentos próprios daquela que é feita para cuidar, para alimentar,
para acolher, para estar pronta sempre. Maria experimentou o “ser mãe”
tal qual qualquer mulher o experimenta e, por isto, recebeu os frutos
próprios da geração de um filho: o paraíso e a dor, o carinho
inigualável expressado na troca de um olhar, o pulsar do coração mais
forte na primeira vez em que o ouviu chamá-La de “mãe” (ou,
provavelmente, “mãmã” como o dizem os bebês).
O divino que crescia em seu ventre, divinizava todo o
seu ser: corpo e espírito. Assim também acontece com a mulher que gera
um filho. Não carregamos mais a expectativa de gerar em nossos ventres
atuais o Messias, mas os filhos que geramos hoje são a concretização
das promessas de Deus, que continua a acreditar na humanidade e, por
isso, teima em fazê-la crescer. O mistério da maternidade é divino em
si. Deus, o Criador de todas as coisas, poderia ter escolhido outra
forma de fazer a humanidade multiplicar-se, mas escolheu a maternidade,
escolheu o escondido de duas vidas que se fazem uma única e esta é
gerada dentro de um útero e acalentada no seio de uma mulher.
Portanto, o Dia das Mães, não pode ser só uma data
comercial, não pode ser só uma confraternização das famílias. É o dia
de celebrar um mistério de Deus, uma aliança que o Pai faz com seus
filhos – ou, especificamente, com suas filhas – tornando-os partícipes
na perpetuação da humanidade, fazendo-os acolher o mistério da vida
gerada desde sempre em Seu coração.
Autor: Gilda Carvalho