sexta-feira, 10 de maio de 2013

Saudade de mãe!!!


Coloquei o filtro da arte naquela cena comum
e a luz que até então estava escondida
veio surpreender-me com seu poder de claridade.

A mulher simples, mãos calejadas de lida rotineira,
mulher que aprendeu a curar as dores do mundo
a partir dos meus joelhos esfolados de quedas e estripulias.

Aquela mulher, minha mãe,
rosto iluminado por uma labareda que tinha origem no fogão de lenha
trazia consigo o dom de me devolver a calma
que a vida tantas vezes insistiu em me roubar.

Aquela cena, mulher, fogão de lenha,
panela preta, escondendo a brancura de um arroz feito na hora
é uma das cenas mais preciosas
que meu coração não soube esquecer.

Saudade de mãe é coisa sem jeito.
Chega quando menos imaginamos:
um cheiro, uma melodia, uma palavra, uma imagem
e eis que o cordão do tempo nos convida ao retorno à infância,
como se um fio nos costurasse de novo ao colo da mulher
que primeiro nos segurou na vida
e agora pudesse nos regenerar.

Saudade de mãe é ponte que nos favorece um retorno a nós mesmos.
Travessia que nos recorda uma identidade muitas vezes esquecida,
perdida na pressa que nos leva.

Saudade de mãe é devolução,
é ato que restitui o que se parte,
é luz que sinaliza o local do porto,
é voz no ouvido a nos acalmar
nas madrugadas de desespero e solidão
através de uma frase simples:

"dorme meu filho, dorme"

Hoje, nesse dia em que a vida me fez criança de novo;
neste instante em que esta cena feliz tomou conta de mim,
uma única palavra eu quero dizer


Oh, minha mãe... que saudade eu sinto de você!

(Pe. Fábio de Melo)

O dia da mãe das mães


O dia da mãe das mães

Mãe de todos nós, Maria é um exemplo particular para as mulheres, chamadas pela própria natureza e escolhidas por Deus para a missão da maternidade.  A jovem de Nazaré, ainda virgem, carregará em seu ventre o Filho de Deus, irá gestá-Lo de forma humana e, assim, verá acontecer em seu próprio corpo o milagre da geração da vida.  Pela essência divina de Seu Filho, Maria faz de seu útero o primeiro sacrário da humanidade.  O que essa mulher teria, então, a dizer hoje para todas as mulheres e mães de nosso tempo?
O mistério da concepção da vida e de sua gestação no ventre de uma mulher é uma experiência única e indizível.  As transformações físicas e emocionais pelas quais a mulher passa durante uma gravidez são, porém, constituintes de sua natureza feminina e só a fortalecem como nenhuma outra experiência é capaz de fazê-lo.  Por sua gestação, a jovem Maria tornou-se mulher.  Sedimentou em seu coração os sentimentos próprios daquela que é feita para cuidar, para alimentar, para acolher, para estar pronta sempre.  Maria experimentou o “ser mãe” tal qual qualquer mulher o experimenta e, por isto, recebeu os frutos próprios da geração de um filho: o paraíso e a dor, o carinho inigualável expressado na troca de um olhar, o pulsar do coração mais forte na primeira vez em que o ouviu chamá-La de “mãe” (ou, provavelmente, “mãmã” como o dizem os bebês).
O divino que crescia em seu ventre, divinizava todo o seu ser: corpo e espírito.  Assim também acontece com a mulher que gera um filho.  Não carregamos mais a expectativa de gerar em nossos ventres atuais o Messias, mas os filhos que geramos hoje são a concretização das promessas de Deus, que continua a acreditar na humanidade e, por isso, teima em fazê-la crescer.  O mistério da maternidade é divino em si.  Deus, o Criador de todas as coisas, poderia ter escolhido outra forma de fazer a humanidade multiplicar-se, mas escolheu a maternidade, escolheu o escondido de duas vidas que se fazem uma única e esta é gerada dentro de um útero e acalentada no seio de uma mulher.
Portanto, o Dia das Mães, não pode ser só uma data comercial, não pode ser só uma confraternização das famílias.  É o dia de celebrar um mistério de Deus, uma aliança que o Pai faz com seus filhos – ou, especificamente, com suas filhas – tornando-os partícipes na perpetuação da humanidade, fazendo-os acolher o mistério da vida gerada desde sempre em Seu coração.
Autor: Gilda Carvalho